Foi vendida para um particular, a casa da Rua Dinis Dias, 18, no Restelo. Ocupada pela família Sena desde janeiro de 1954, a mudança para esse novo espaço, depois de anos vividos na casa (alugada) dos seus pais, representou para Jorge de Sena a libertação de vários “fantasmas” familiares que o perturbavam. Aí nasceram três filhos do casal Mécia e Jorge e aí muito escreveu o Sr. Engenheiro da Junta Autónoma das Estradas, até sua partida para o Brasil em setembro de 1959. Já professor universitário nos USA, sempre que voltava a Lisboa, recebia no “bairro de casas econômicas” visitas sem conta de amigos e jornalistas. Em 1968, ante a ameaça, por um despacho ministerial, de perder a propriedade, que pagava ao longo de 15 anos, Jorge de Sena pede o auxílio de Eduardo Lourenço para dirimir a questão junto ao Ministério, obtendo sucesso. Depois de sua morte, a casa abrigou, além da família em férias, inúmeros estudantes e pesquisadores, acolhidos graciosamente durante todo o período que necessitavam permanecer em Lisboa.Os custos da manutenção e a dificuldade em conseguir vigilância contínua levaram a família Sena a optar pela alienação da propriedade. A hipótese de uma “Casa-Museu Jorge de Sena” foi descartada pelas autoridades, e a propriedade foi vendida para um particular.