Avaliado pelo habitualmente comedido Eugénio Lisboa como “um livro, a todos os títulos, exemplar“, o volume que reúne a correspondência trocada entre Jorge de Sena e João Gaspar Simões mereceu ainda mais elogios do articulista na página 12 do JL de 21 de agosto último (ver): “É um modelo do que um livro de epistolografia deve ser: abundantes e bem investigadas notas de pé de página, textos dos autores, que enquadram a correspondência e melhor iluminam certas passagens dela, testemunhos, um elenco das resenhas do crítico presencista à obra de Sena, índice de outras edições das correspondências, indispensáveis cartas de Mécia de Sena a Simões, umas muito interessantes e esclarecedoras Memórias dos Anos 40 em forma epistolar, de Mécia, um útil Índice Cronológico, um longo, percetivo, bem fundamentado e inteligente “Estudo Introdutório”, da autoria de FDS, que é, de resto, também o responsável por toda a formatação e execução organizativa, e, last but not least, um precioso Índice Onomástico. /// É um autêntico festim a leitura de um livro assim concebido, tão rico de informação, de interpretação fina e de minucioso cuidado organizativo.”
A importância desse carteio agora trazido a público já fora antes apontada por George Monteiro na resenha que aqui editamos (ver).
Contudo, no jornal Expresso de 10/8/2013, Arnaldo Saraiva desfere um contundente ataque contra esta edição ou mais propriamente envia “sinais de fogo” contra Mécia de Sena a propósito de uma referência sobre si próprio que encontrou em carta de Mécia a Gaspar Simões (ver), o que ensejou a réplica do organizador do volume, no mesmo jornal, duas semanas depois (ver).
Note-se que fora o mesmo semanário Expresso que dera acolhida, anos antes, ao polémico testemunho de Arnaldo Saraiva sobre Jorge de Sena, aliás mencionado em ambos os artigos.
Até ao momento, nenhuma outra correspondência editada de Jorge de Sena desencadeou tantas páginas de acaloradas controvérsias.