Em Creta, com Jorge de Sena

Neste artigo, Elisa Nunes analisa o poema “Em Creta, com o Minotauro”, lançando luz sobre aspectos como a estrutura semelhante ao gênero canção, muito analisado por Sena, e os sentidos do ato de tomar café, que une sujeito poético e Minotauro num gesto de companheirismo.

Elisa Nunes Esteves
Centro de Estudos em Letras, CEL-UÉ
ene@uevora.pt

A cualquier hora puedo jugar a estar dormido, con los ojos cerrados y la respiración poderosa. (A veces me duermo realmente, a veces ha cambiado el color del día cuando he abierto los ojos.) Pero de tantos juegos, el que prefiero es el de outro Astérion. Finjo que viene a visitarme y que yo le muestro la casa. […] A veces me equivoco y nos reímos buenamente los dos.
Jorge Luis Borges, La Casa de Astérion

Com o título Em Creta, com Jorge de Sena[1], pretendemos evocar e modestamente homenagear o poeta cujo centenário de nascimento comemoramos em 2019, a partir da revisitação do poema “Em Creta, com o Minotauro”, publicado pela primeira vez há cinquenta anos, no volume Peregrinatio ad Loca Infecta[2] (1969).

Na nota introdutória de Peregrinatio, ironicamente intitulada “Isto não é um Prefácio” (Madison,1969), Jorge de Sena apresenta esta que era já a sua nona coletânea de poesia, como um “diário poético dos anos de 1959 a 1969”, embora os primeiros dez poemas tenham sido escritos na década de 50, antes da sua viagem para o Brasil, em 1959. Sobre este período [1959-1969], diz-nos assim:

[…] foi e tem sido, principalmente e sobretudo o dos meus «exílios» americanos (do Sul e do Norte), com tudo o que de difícil e de complexo uma tal situação implica, pela confrontação com diversas culturas (…) que, para quem não vive nelas em carácter evidentemente provisório, colocam agudamente dolorosos problemas de identidade, e nos levam a meditar diversamente sobre quem somos. (Sena, 1989: 20).

O livro organiza-se segundo dois critérios, o cronológico e o topográfico, já que os setenta poemas que o constituem são apresentados pela ordem de escrita e repartidos por diferentes espaços por onde peregrinara o seu autor: Portugal, Brasil, Estados Unidos da América e viagem pela Europa, realizando um ciclo perfeito com o regresso ao lugar de origem.

O título é uma alusão caricatural ao famoso Peregrinatio ad loca sancta, guia e relato de uma peregrinação à Terra Santa e a outros lugares no Oriente, datado do séc. IV d. C. e escrito em latim. A inversão semântica do adjetivo (loca sancta – loca infecta) tem uma subtil ambiguidade pois joga com o sentido etimológico (infectus, imperfeito ou inacabado) e com o sentido moderno que o vocábulo acabou por assumir (contaminado). Diz ele numa carta de 1974 a Taborda de Vasconcelos:

Deixei que a palavra sugerisse ao leitor desprevenido o que na verdade não significa, com equivalência para uma coisa mais complexa: a dificuldade de existir-se em estado de exílio (estado em que nem mesmo um regresso nos salva e recupera). (in Lourenço, 2001: 26)[3]

O poema “Em Creta, com o Minotauro” tem um lugar central em Peregrinatio ad Loca Infecta e corresponde ao seu “exílio” brasileiro. Quando o escreveu, em 5/7/1965, havia seis anos que Sena saíra voluntariamente de Portugal para se instalar no Brasil, e estava então em vésperas de partir para os Estados Unidos, para a Universidade de Wisconsin (Madison). Tinha quarenta e seis anos. A referencialidade do título não corresponde ao lugar de composição do poema, nem sequer a uma viagem real a Creta que o poeta nunca realizou; só em 1972 visitaria Atenas. Ele próprio se encarregou de nos esclarecer que muito poucos poemas do livro são inspirados pelas suas viagens “turísticas”. Como sabemos, de uma forma geral, e como verificaremos neste texto em particular, a componente temática do espaço é importante na estrutura do mundo poético de Jorge de Sena, mas não no sentido em que o possamos associar à chamada literatura de viagens. Sena desvalorizou este género literário em várias ocasiões, chegou a afirmar com veemência que o detestava numa palestra proferida no Instituto Britânico do Porto em janeiro de 1958[4], mas talvez as suas reflexões mais conhecidas a esse propósito sejam as que desenvolveu a propósito da viagem de Sá de Miranda a Itália e a introdução em Portugal das novas formas literárias no século XVI:

É evidente que imaginar que quaisquer formas, como a canção ou o soneto, viajando na bagagem de retorno de um poeta, entre outras recordações turísticas, para revolucionarem na pátria dele as modas e os usos, seria uma explicação só acessível a espíritos ingénuos e pouco vislumbradores de que as manifestações culturais são sempre mais vastas e profundas, na vida de uma sociedade ou de um indivíduo […)]. […)] nunca uma consciência não provinciana se daria por satisfeita com uma viagem de estudo como explicação de alterações que nenhuma viagem explicaria, se aquele que a fez não estivesse culturalmente predisposto para compreender o novo mundo que decidira
percorrer. (Sena, 2001: 63.)[5]

Voltemos ao poema “Em Creta, com o Minotauro”, que não é um poema circunstancial, não veio na “bagagem de retorno” de uma viagem turística ou de estudo à Grécia.[6] A viagem à ilha habitada pelo Minotauro é uma viagem imaginada e projetada para o futuro, num poema que tem uma vincada dimensão autobiográfica, como se pode ver logo nos primeiros versos:

I
Nascido em Portugal, de pais portugueses,
e pai de brasileiros no Brasil,
serei talvez norte-americano quando lá estiver.
[…]
Eu sou eu mesmo a minha pátria. A pátria
de que escrevo é a língua em que por acaso de gerações
nasci. E a do que faço e a do que vivo é esta
raiva que tenho de pouca humanidade neste mundo
quando não acredito em outro, e só outro quereria que
este mesmo fosse. Mas se um dia me esquecer de tudo,
espero envelhecer
tomando café em Creta
com o Minotauro,
sob o olhar de deuses sem vergonha.

Na já muito vasta produção crítica e interpretativa sobre este poema[7] o que mais ressalta e de forma recorrente é, além da dimensão autobiográfica, presente logo nos primeiros versos, o diálogo intertextual que o sujeito estabelece com poetas e tópicos literários e míticos. Ainda nesta estrofe de abertura do poema destaca-se a amplificada desconstrução da famosa frase de Bernardo Soares (a minha pátria é a língua portuguesa) nos versos “Eu sou eu mesmo a minha pátria. A pátria/ de que escrevo é a língua em que por acaso de gerações/ nasci. […]”, alusiva à amarga relação do sujeito com as suas raízes nacionais.

Ao evocar o seu percurso errante, o sujeito estabelece mais adiante um paralelo com a vida de Camões, citando os versos da canção IX, “Junto de um seco, fero, estéril monte”:

III
É aí que quero reencontrar-me de ter deixado
a vida pelo mundo em pedaços repartida, como dizia
aquele pobre diabo que o Minotauro não leu, porque,
como toda a gente, não sabe português.

A juntar a estas ocorrências de intertextualidade literária, que não são as únicas[8], há ainda a assinalar o intertexto cultural constituído pela matéria da mitologia clássica associada ao Minotauro de Creta. O sujeito lírico antevê o final da sua vida na companhia deste outro solitário e exilado, sem pátria também. Os segmentos “tomando café”, “ao café”, “em Creta”, “com o Minotauro”, distribuem-se ao longo do poema e especialmente no final de cada uma das suas cinco partes (ou estrofes) com a entoação repetitiva própria de um refrão, sendo particularmente interessante analisar a sua ocorrência na última delas:

V
Em Creta, com o Minotauro,
sem versos e sem vida,
sem pátrias e sem espírito,
sem nada, nem ninguém,
que não seja o dedo sujo,
hei-de tomar em paz o meu café.

Esta última estrofe do poema contrasta com as anteriores em extensão. O poema tem na sua totalidade sessenta e três versos, distribuídos por cinco fragmentos, a que prefiro chamar estrofes porque é notória a sua articulação e a contribuição de cada uma para a coesão textual. As quatro primeiras oscilam entre os doze e os dezasseis versos, não têm rima, e apresentam uma métrica predominantemente longa (hendecassílabos e dodecassílabos, versos de quinze sílabas, mas também redondilhas). O poema tem um registo discursivo que às vezes parece contaminado pelo da prosa narrativa, muito marcado pelo sucessivo encavalgamento dos versos, característica que só se altera na última estrofe. Nesta, encontramos a coincidência entre a pausa rítmica e o fim do verso, bem como a repetição anafórica em gradação descendente (“sem versos e sem vida/, sem pátrias e sem espírito, / sem nada nem ninguém”). Parece estabelecer-se aqui uma aproximação à finda ou tornada dos poemas trovadorescos, especialmente os de inspiração provençal, como também à estrofe final da canção clássica. As regras do género impunham, para esta modalidade poética, do ponto de vista temático uma referência geográfica e do ponto de vista estrutural, uma estrofe final curta, de comentário sintético e invocação do próprio poema, como faz Camões naquela que é um dos expoentes máximos da canção clássica em língua portuguesa: “Assim vivo; e se alguém te perguntasse,/ Canção, como não mouro,/ Podes-lhe responder que porque mouro.” (L. Camões, 1984: 470). Ora o primeiro verso da estrofe final do poema de Sena replica este procedimento retórico: o verso “Em Creta, com o Minotauro” é um envoi para o título do mesmo e configura a apóstrofe ao próprio poema. Assim, Jorge de Sena estabeleceu aqui um outro nexo com a poesia camoniana, este ao nível arquitextual, ao trazer para a modernidade a canção clássica através de um dos seus exemplos mais canónicos.

Cremos que este é um aspeto que tem sido menos considerado pela crítica, que tão unanimemente tem valorizado esta composição poética, ora pela complementaridade entre o referencial e o mítico – simbólico (Jorge Fazenda Lourenço), ora pela presença dominante do drama da emigração e do exílio (Francisco Cota Fagundes). A essas linhas de leitura tão pertinentes gostaríamos de acrescentar esta nota sobre como Sena consegue, neste poema, resgatar para o espaço da modernidade formas e tradições poético – literárias em que o próprio mergulhara enquanto leitor e crítico[9], lembrando que para ele era uma atitude muito natural esta de “fundir a experiência pessoal com a metodologia crítica”. Sobre a coexistência do autor e do crítico na mesma pessoa, lembrou, num pequeno depoimento datado de 1976, os exemplos de Horácio e de Dante, tendo afirmado ainda que “ [s]e, além desta atitude crítica em relação à própria obra, o poeta é também um crítico por si mesmo, aplicado em analisar as obras alheias, tanto melhor já que funde uma experiência pessoal com a metodologia crítica.” (Sena, 1977: 251)

Nesta “encenação autobiográfica”, para usarmos a expressão de Fátima Freitas Morna (Morna, 1985:143), o sujeito lírico identifica-se com o “pobre diabo que deixou a vida pelo mundo em pedaços repartida” como ele designa, em antonomásia, Camões. Contudo, dele diverge simultaneamente, ao não conceber um regresso à Pátria, porque se vê, no futuro, numa não-pátria, esta ilha a Oriente, na companhia de um Outro com quem partilhará mágoas e confidências e o café. Imagina-se em Creta, com o Minotauro, a beber café ao pôr do sol. Interessou-nos particularmente indagar o significado do café, que não cremos que aqui possa ser algo de tão inócuo como a sua associação a um hábito de mera convivialidade e, portanto, simplesmente reveladora dessa proximidade entre os dois companheiros. Para além de Creta, há no poema de Sena várias referências topográficas (Brasil, Portugal, Grécia, Arábia, Angola, Atenas, Palestina) mas aquele espaço adquire notória centralidade. Com exceção do título, o topónimo apresenta-se sintagmaticamente ligado ao Minotauro e ao café. A primeira associação é natural e previsível, a segunda é inesperada e surpreendente, o que nos encoraja a aprofundar outros sentidos possíveis.

Beber café em Creta é participar de um ritual porque o café grego, com origem na cultura turca, é diferente do ocidental. Começa pela demorada preparação e continua depois na degustação, que se quer prolongada no tempo. Mas a experiência não se extingue com a toma do café, prossegue na observação dos sedimentos que ficam no fundo da chávena, porque através deles se acredita poder aceder-se à revelação de mistérios e segredos.

Antevendo a partilha do café com o Minotauro, o sujeito lírico descreve o cenário ideal em que se imagina, num momento mágico de suspensão do tempo, simultaneamente de fim de um ciclo e de promessa de um tempo novo cujos segredos tentará perscrutar no fundo da chávena:

II
[…]
O Minotauro compreender-me-á, tomará café comigo, enquanto
o sol serenamente desce sobre o mar, e as sombras,
cheias de ninfas e de efebos desempregados, se cerrarão dulcíssimas nas
chávenas, como o açúcar que mexeremos com o dedo sujo
de investigar as origens da vida.

Como ele e como o Minotauro, também o café está dissociado de nacionalidades ou proveniências geográficas concretas. Negro e doce, vale pela qualidade, pela força e pelo aroma, constituintes indispensáveis para se aceder à experiência da revelação:

IV
[…]. Nem eu nem o Minotauro, teremos pátria. Apenas o café,
aromático e bem forte, não da Arábia ou do Brasil,
da Fedecam, ou de Angola, ou parte alguma. […]

O sujeito imagina-se na velhice a partilhar o mesmo espaço que o boi de Minos, não para participar no sacrifício dos jovens atenienses no fatal labirinto, mas para junto dele, “com filial ternura”, se despojar de tudo, e apenas com o dedo sujo, finalmente, encontrar respostas e aceder à paz.

Assim neste poema se reconfigura a imagem de Creta e do complexo mítico a que ela está associada. Creta, espaço de nacionalidades problemáticas, com uma identidade e uma cultura mais modernas, nesta encruzilhada entre o Oriente, a África e o Ocidente, é aqui uma espécie de Terra Prometida, como já fora para Eneias, também ele um exilado errando pelo Mediterrâneo, e não um lugar de exílio e morte.

E finalmente o Minotauro, mais próximo do de Picasso ou do de Jorge Luis Borges, especialmente o que nos é trazido pelo conto La casa de Astérion[10]: aquele que, na sua irredutível solidão, sonha com um seu duplo, companheiro de jogos e risos. Esse companheiro imaginário poderia muito bem ser o sujeito que Sena nos apresenta no poema “Em Creta, com Minotauro”, e ambos ficariam para a eternidade tomando um café e observando serenamente o pôr do sol sobre o mar.

Referências:

Borges, Jorge Luis, 1996, Obras Completas: 1923-1949 (vol. 1), Barcelona, Emecé Editores.

Fagundes, Francisco Cota, 2001, “Ser-se emigrante e exilado e como: “Em Creta com o Minotauro”. Súmula poética do drama da emigração e exílio na poesia de Jorge de Sena” in Jorge de Sena, vinte anos depois: o Colóquio de Lisboa, Outubro de 1998, Lisboa, Cosmos. pp. 51-60.

Morna, Fátima Freitas (apresentação crítica, selecção, notas e linhas de leitura), 1985, Poesia de Jorge de Sena, Lisboa, Editorial Comunicação.

Lourenço, Jorge Fazenda, 1998, A Poesia de Jorge de Sena. Testemunho, metamorfose, peregrinação, Paris, Fundação Calouste Gulbenkian.

Lourenço, Jorge Fazenda (ed.), 2001, Obras de Jorge de Sena. Antologia Poética. Lisboa, Ed. Asa.

Luís de Camões, 1984, Obras Completas. Lírica (fixação do texto de Hernâni Cidade), Lisboa, Círculo de Leitores.

Macedo, Helder, 1999, “De amor e de poesia e de ter pátria” in Gilda Santos (org.), Jorge de Sena em rotas entrecruzadas, Lisboa, Cosmos, pp.133-143.

Martinho, Fernando, 2014, “O mito do Minotauro em quatro poetas portugueses contemporâneos” in Paula Morão e Cristina Pimentel (coord.), Matrizes Clássicas da Literatura Portuguesa: uma (re)visão da literatura portuguesa das origens à contemporaneidade, Lisboa, Campo da Comunicação, pp. 477-485.

Santos, Gilda (introdução e organização), 2006, Jorge de Sena: ressonâncias e cinquenta poemas, Rio de Janeiro, 7 letras.

Sena, Jorge de, 1977, Dialécticas Teóricas da Literatura, Lisboa, Ed. 70.

Sena, Jorge de, 1984, Uma canção de Camões, Lisboa, Ed. 70.

Sena, Jorge de, 1989, Poesia – III, Lisboa, Edições 70.

Sena, Jorge de, 2001, “A viagem de Itália” in Estudos de Literatura Portuguesa I: Lisboa, Ed. 70, pp. 63-73.

NOTAS

1 Este artigo resultou do desenvolvimento da comunicação oral apresentada em maio de 2019 no Congresso Internacional da Mediterranean Studies Association realizado na Universidade de Creta.

2 O livro foi depois incluído em Poesia – III (1ª edição 1977). Citaremos o poema sempre a partir desta coletânea (Sena, 1989: 74-75).

3 Sena também se refere ao título do livro na nota introdutória em Poesia – III (Sena, 1989: 20-21).

4 A palestra está publicada em Inglaterra Revisitada: duas palestras e seis cartas de Londres, Lisboa, Ed. 70, 1986 e traduzida em England Revisited, (translation from the portuguese and with notes by Cristopher Damien Auretta), Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 1986.

5 Publicado inicialmente em 1962 em O Estado de S. Paulo.

6 Vale a pena recordar que Sophia de Mello Breyner escreveu “O Minotauro” na sequência de uma viagem à Grécia e a Creta; também David Mourão Ferreira compôs “Romance de Cnossos” depois de uma viagem pelas ilhas gregas (ambos em 1970) Cf. Martinho, 2014.

7 Jorge Fazenda Lourenço (1998) refere-se largamente a este poema, realçando a complementaridade entre dois planos, o autobiográfico e referencial e o míticosimbólico, mais complexo e profundo. Francisco Cota Fagundes (2001) define-o como “súmula poética do drama da emigração e do exílio em Jorge de Sena”. Gilda Santos (2006) lembra como nele se revela a sua relação complexa com a pátria e o paralelo com a vida de Camões. Também Helder Macedo (1999) sublinha a identificação com o poeta de Os Lusíadas.

8 São também mencionados os poetas Paul Valéry e Racine.

9 Este é um dos muitos exemplos de como em Jorge de Sena convergem o poeta e o ensaísta e crítico literário. Sena escreveu este poema depois de se ter dedicado ao estudo das canções camonianas, tendo publicado em 1966 o ensaio Uma Canção de Camões, escrito em 1962. Contém um estudo da canção “Manda-me Amor que cante docemente”, mas também um estudo geral sobre a canção petrarquista peninsular e sobre as outras canções e odes do poeta quinhentista.

10 Fátima Freitas Morna, nas suas linhas de leitura do poema, sugere esta aproximação (1985: 143). Fernando Martinho (2014: 478) também estabelece a mesma relação.

FONTE: ESTEVES, Elisa Nunes. “Em Creta, com Jorge de Sena”. In GOMES, Fernando et al. Estudos de Literatura: Paisagens do Ser/Landscapes of the Self. Chamusca: Edições Cosmos, 2019. p.99-106.