Sob o pretexto da tradução inglesa do grande romance queirosiano, Jorge de Sena debruça-se neste ensaio sobre Os Maias, revelando leitura arguta de questões que viriam a inquietar os especialistas no autor.
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A recente publicação, na Inglaterra e nos Estados Unidos, da tradução inglesa de Os Maias (mais ou menos coincidente com a de uma selecção de narrativas, encabeçada por O Mandarim), começa a abrir a Eça de Queiroz um mundo que sempre o ignorou. Traduções anteriores de obras suas não haviam atingido o grande público, porque não haviam chamado a atenção da crítica que, nos grandes jornais e nas revistas de maior difusão (e também nível), serve de ponte entre esse público interessado na literatura em geral e obras que, até agora, eram apenas saudadas com carinho pelos lusófilos (a quem as traduções obviamente se não destinavam), ou com a mais absurda das incompreensões por parte dos que não eram, no exercício da crítica, lusófilos profissionais e devotados.
A ignorância, nos países de língua inglesa, acerca de Portugal e do Brasil, e da língua portuguesa, é ainda qualquer coisa de monstruoso. Mesmo este «ainda» só acentua uma situação que, nas últimas décadas, e em contraste com o que se passou noutras eras, particularmente se agravou, para só muito recentemente começar a apresentar indícios de mudança favorável. Ao lerem-se algumas das notícias críticas que procuraram ser simpáticas para com a obra-prima de Eça de Queiroz, sente-se a que ponto é implícita, por parte dos reviewers a impressão de que Eça, coitado, tão talentoso e afinal tão merecedor da atenção deles, estava confinado à esquecida língua de um pequeno país decadente do Ocidente europeu… Ou sente-se que, quando esses reviewers conscientemente já não ignoram que o Brasil fala português, e que tal língua não é apenas um a curiosidade histórica e linguística, o subconsciente deles continua a ignorar que a língua portuguesa não só é a de uma das mais antigas e mais ilustres literaturas da Europa, mas também a da única literatura da América Latina que, em termos de continuidade histórico-literária e de nível estético (e às vezes de sincrónica modernidade) merece o nome de «literatura», com uma categoria que não é, ou não deve ser, simplesmente proporcional a impressão de grandeza e de exotismo, que o Brasil causa aos estrangeiros. E mais: esses homens continuam a ignorar que essa língua falada par milhões, e com a expansão demográfica do Brasil, é já uma das principais línguas do mundo, e esta muito próxima de ser uma das quatro ou cinco mais importantes (como chinês, o russo, o inglês), pelo número das suas populações e pela importância político-econômica dos territórios que a falam.
Claro que, no caso específico de Eça de Queiroz, precisamente um dos escritores mais vivos e populares no mundo de língua portuguesa (e o Brasil, bem mais que Portugal, continua a ser um guloso consumidor dele), seria excessivo exigir de reviewers que ignoram as fronteiras da língua portuguesa que soubessem também da importância que ele teve no mundo de língua espanhola, desde que os homens da célebre Geração de 1898, como Unamuno e Valle Inclán, o consideravam um mestre de estilo e de pensamento. Mas que esses homens que fazem colunas críticas escrevam dele, sem por um momento hesitarem ante a própria ignorância com que o fazem, eis o que é uma prova de que o mundo ainda fechado sobre si mesmo das grandes culturas não é apenas feito de orgulhosa suficiência, mas de muito displicente desonestidade intelectual.
De resto, se escritores como Eça começam a despertar a atenção fora dos pequenos círculos dos que não precisavam de traduções para admirá-los, isso não significa que só puros motivos culturais estéticos enfim predominem sobre a ignorância irresponsável e descarada. Os reviewers, e mais do que eles os directores das revistas e dos jornais que lhes solicitam ou aceitam as críticas, não costumam ser sensíveis a esses motivos, senão quando os outros principais motivos já passaram a segundo plano. É que o mundo de fala portuguesa assumiu subitamente um crucial significado. Por certo que sempre o teve: o Brasil sempre foi, após as primeiras décadas de ter sido descoberto, um dos cobiçados Eldorados da civilização ocidental que tudo tem feito para explorá-lo segundo os seus tradicionais padrões cristãos que remontam, pelo menos, e como é sabido, às Cruzadas. Por isso havia, no modo como a questão era tratada, algo de propaganda comercial, que é uma das almas do negócio, e muitíssimo do segredo empresarial que é não uma mas por excelência a alma do negócio.
Por outras palavras: quando o grande público de língua inglesa ignorava completo que a capital do Brasil não era Buenos Aires (porque evidentemente não podia ser Cidade do México), nem a de Portugal era Madrid, os grandes interesses da Inglaterra ou dos Estados Unidos não ignoravam esses factos e mesmo muitos outros que somos nós a ignorar. É costume dizer-se que os povos felizes não têm História. Mas os povos infelizes são na verdade quem não tem História, a partir da ocasião em que as grandes potências cuidadosamente os isolam fora do curso internacional e universal de acontecimentos com que a História é feita for elas e para elas. No caso português, resta a consolação, se o é, de que os portugueses, em tempos idos, fizeram a mesma coisa a muita gente: foram talvez mesmo a primeira nação moderna fazê-lo. Já o caso brasileiro é diferente, e assemelha-se hoje, no interesse internacional, um pouco ao de que Portugal desfrutou no tempo em que os manos Pedro e Miguel simbolizaram, mais que duas concepções do poder político, duas oligarquias que, por si mesmas e pelos interesses de grupos internacionais se defrontam numa série alternada de golpes de Estado, que culminaram numa guerra civil.
Se hoje se traduz para inglês relativamente tanto mais da língua portuguesa, e tanto se escreve sobre o Brasil, sobre a África portuguesa, e mesmo – como se tem visto em revistas de grande circulação, que só se ocupam de «grandes coisas» – de territórios tão ínfimos e tão invisíveis no mapa dos negócios silenciosos como Macau ou Timor, não é evidentemente pelo prestígio enfim indiscutido dos Gamas e dos Albuquerques, nem do génio enfim desconhecido dos Camões, dos Eças e dos Machados de Assis, mas porque aquele prestígio e aquele génio são emanações de mundos que, saídos do silêncio e da sombra, possuem vozes às vezes incomodas que por um lado, há que compreender, enquanto, por outro, há que transferir às regiões pacíficas da pura criação literária ou da pura história antiga. Eça de Queiroz perdeu, morto há mais de meio século, o tom incómodo que, sob o sorriso irónico, foi sempre o seu (ou perdeu, para quem não lê não traduz as duras e proféticas verdades que ele escrevia nos seus artigos e crónicas…). Chegou o tempo de por conta de, por conta de problemas que aliás o ocuparam, atentar nas obras romanescas cuja imortalidade parece ser unicamente a de saborosa sátira a uma sociedade revoluta (que, por sua vez, torna mais revoluta por comparação, a sociedade actual que decorreu dela).
E aqui entra uma das questões primaciais das traduções de Eça. É muito interessante observar que, desde sempre, a crítica de língua inglesa (e ignorante de português) tem dito que ele é um Dickens menor. Isto envolve um preconceito, uma leviandade, e um sintoma. O preconceito é muito claro. Para esses críticos, qualquer escritor de língua não-inglesa é sempre «menor» em relação ao termo nacional de comparação, a menos que, como acontece muitas vezes, seja alemão, francês, italiano ou russo, e dele escrevam homens que são especialistas das respectivas literaturas, mas o não são da de sua própria língua inglesa. A leviandade é menos clara: a ignorância das literaturas estrangeiras, na grande massa dos críticos e professores de inglês, é astronómica, e, ao falarem de alguém, escolhem como ponto de referência um padrão de época, que lhes pareça mais equivalente. Nesta «equivalência» está, porém, o sintoma de que falamos. Nada há, no estilo em sentido estrito, ou no sentido lato de estrutura dos romances e contos, ou na criação de personagens, de comum entre Eça e Dickens. Ambos por certo são irmãos na imaginação satírica. Mas não o são mais do que qualquer outro satírico de qualquer outra época e lugar o será de qualquer deles. Os críticos de língua portuguesa que comparam Eça a Dickens nunca evidentemente leram Dickens a sério (ao contrário do próprio Eça que o leu). Os de língua inglesa que fazem a mesma comparação nunca leram senão o Eça traduzido, mas têm, por isso mesmo, razões concretas para compará-los, porque são enganados pelas traduções que lêem dele.
De um modo geral, quem se ocupa de traduzir é tradutor profissional (o que pode ser uma forma de amadorismo como qualquer outra, ao sabor das oportunidades e das circunstâncias), ou é uma alma bem intencionada que deseja impor aos seus compatriotas um autor que às vezes não admira, mas sempre ouviu dizer que é admirável. Para tal, a alma bem intencionada procura não apenas traduzir a obra, mas – o que é muito característico da mentalidade exclusivista que ainda domina (em contraste como cada vez maior universalismo que domina as relações mundiais) as grandes culturas ocidentais – «traduzir» o autor. Na sua amorável ingenuidade, o tradutor bem intencionado não traduz, adapta, mesmo quando a tradução é honestamente literal. Como assim? Esse tradutor, com efeito, vai ao arsenal de estilos que aprendeu a conhecer na escola ou na cultura literária, e escolhe aquele que lhe parece equivalente, de maneira a que, por uma porta já conhecida, o seu traduzido penetre nos grandes umbrais da glória da língua para que o traduzem. E o resultado é que um Eça, em lugar de entrar vestido de ele mesmo, entra «fardado de clarinete» como ele uma vez disse do Fialho de Almeida e de um colete com botões metálicos. É óbvio que o crítico anglo-saxónico ao ver o Eça entrar, e como o não conhece pessoalmente, reconhece logo a farda que lhe vestiram (e que ele também a aprendeu na escola), e exclama: – Ah, ora aqui temos nós mais um simpático Dickens menor!
Isto que a alma tradutória bem intencionada provoca, na melhor das intenções de tornar «acessível» um estrangeiro, o tradutor profissional faz por desonestidade e por facilidade. Para que há-de ele ter o trabalho de procurar autênticos equivalentes de um estilo diverso e, às vezes, sem paralelo na literatura de sua língua (como é o caso de Eça que, na língua inglesa, só tem equivalentes, mas muito mais inferiores, de semelhante transparência irônica em Aldous Huxley ou Lytton Strackey), se ele pode arrancar no arsenal dos estilos já prontos e acabados uma casaca de aluguer? O que é particularmente grave para um Eça de Queiroz.
Nada há neste mundo que seja intraduzível: o que é muito difícil é ter-se, dá própria língua para que a tradução é feita, um agudo sentido estético e renovador, como Eça de Queiroz teve da sua em nível de alta cultura. O tradutor tende a usar de clichés linguísticos e estilísticos, e não a introduzir na sua própria língua as correntes de ar novo ou as peculiaridades de um grande estilo literário. No inglês, nem todos os tradutores se chamam Arthur Waley, por exemplo, cujas traduções japonesas são clássicos contemporâneos da língua inglesa. Ora, se os romances de Eça, e mais que todos Os Maias, são estruturas extremamente cuidadas, em que nenhuma palavra, nenhuma expressão, nenhuma cadência de frase, nenhuma mutação de ritmo narrativo existe por acaso ou para um efeito momentâneo, mas como peça de uma minuciosamente articulada estrutura estética, que acontecerá então a esta estrutura se tais refinamentos são reduzidos a clichés? Acontece que, na aparência, a estrutura se desfaz, não porque não seja sólida, mas porque sobre a sua nudez forte de verdadeiro estilo tomba um muito pouco diáfano véu de dickensiana fantasia; e ela parece, aos desatentos, apenas uma graciosa e talentosa incongruência de um Dickens menor, quando tomara o próprio Dickens, com toda a sua genialidade (e como que hoje a crítica lhe reconhece, como não reconhecia, de estruturalidade), ter tido o sentido estrutural do que o estilo seja que Eça de Queiroz teve como raros romancistas deste mundo.
Uma obra como Os Maias, a mais ambiciosa e realizada que Eça escreveu, é uma pedra de toque. É uma construção estética que só deixa ao Destino o que é dele como elemento perturbador da vida em sociedade (porque Eça não tinha uma concepção romântica da vida, nem uma concepção determinista ou fisiológica dela, como a de Zola, mas uma visão social que Proudhon e Taine lhe haviam transmitido, aliás sem exclusividade). As suas figuras não são uma oposição simplista entre personagens «ideais» e «grotescas», à maneira de Dickens, nem «tipos» abstractos (à maneira da tradição medieval, ou da concepcção renascentista e maneirista dos «caracteres» e dos «humores», que, esta última, tão longamente persistiu no romance do século XVIII). São, sim, para lá da sua realidade, figuras simbólicas de classes, de grupos, de ambientes sociais, vistas de um ângulo que as não satiriza por humanitarismo apolítico (como sucedeu no realismo que, depois dos meados do século XIX, sobrou dos extintos e vencidos libertarismos românticos), que e a orientação de Dickens, e, sim, por consciência política (ainda que o pensamento reformista de Eça, em Os Maias, tenda para uma magoada e desiludida resignação que, no entanto, não trai as suas origens revolucionárias), faz por destacar nelas o mecanicismo automático a que uma decadência social as reduziu como gente (do mesmo passo que as torna, assim, simbólicas disso mesmo). Na subtileza com que as motivações psicológicas das personagens são induzidas do comportamento e da falsa ideia que elas têm de si próprias, como na sólida visão de um mundo peculiar como parte de toda uma sociedade europeia em decomposição (porque traiu o seu liberalismo e o seu democratismo, que haviam sido as suas razoes de ser), Os Maias são uma obra exemplar daquela «redução» mecanicista – e precisamente esta sua excelsa qualidade tem feito que muita crítica, não entendendo a intencionalidade da criação, acuse Eça de ser esquemático e simplificador com as suas personagens, quando esquemáticas e simplificadas são elas mesmas como mundo social da época, e não o criador delas. No sentimento de que a tragédia, no mais alto sentido técnico do termo, não é, todavia, apanágio de figuras históricas e lendárias, nem necessita de que as personagens sejam monstros românticos, mas sim de criaturas que uma sociedade tenha tornado míticas (e a mitificação dos Maias, como família simbólica, e uma actividade de todas as personagens do romance), está a contrapartida significativa e profunda daquele mecanicismo que devora a psicologia e a complexidade aparente de pessoas que, porém, conservam impulsos espontâneos e sentimentos profundos. Por tudo isto, e mais, Os Maias são, por certo, uma das maiores obras-primas do romance universal em certa fase da sua história. E pode dizer-se que, em riqueza de pormenorização, em amplidão social, em vigor imaginativo, e nessa visão de que a maior tragédia pode coexistir com ou esconder-se atrás da banalidade e do ridículo, é mesmo superior às duas únicas obras que podem, no mesmo ciclo do naturalismo superando-se a si próprio, comparar-se-lhe: I Malavoglia, de Giovanni Verga (que a maior parte das pessoas não sabe que conhece pelo canto Cavalleria Rusticana que Mascagni musicou), e Die Buddenbrook, de Thomas Mann.
Um dia virá em que o mundo reconhecerá como assim é e como não houve outro escritor da segunda metade do século XIX (e aquele primeiro dos grandes romances de Thomas Mann foi publicado exactamente quando Eça morria, com apenas cinquenta e cinco anos), senão Eça de Queiroz, que tivesse levado as últimas consequências (porque tinha uma compreensão político-social que ao seu mestre, e de todos, faltou) o realismo esteticista de Flaubert. E precisamente com Os Maias que não são Les Rougon-Macquart comprimidos numa obra só, mas algo que Zola, apesar de tão maior do que muita crítica lhe concede, não foi capaz de criar em nenhum dos seus grandes romances: uma obra que fosse simultaneamente uma tragédia grega, uma epopeia, uma novela picaresca, um poema satírico, um romance realista, o documento de uma época e, acima de tudo, uma obra de arte em si mesma, em que cada cadência de frase acorda harmónicos em toda a obra e ressoa do sentido global dela.
Para aqueles que ainda falam do carácter folhetinesco da trama que constitui o núcleo estrutural do romance todo, qual seja o incesto dos dois irmãos, lembre-se que esse carácter nunca foi óbice à grandeza de um romance. Sem dúvida que Wuthering Heights, de Emily Brontë, ou Os Irmãos Karamazov, dois dos maiores romances que já se escreveram, seriam por esse critério – como todo o Dickens – geniais folhetins. Mas o crítico da Saturday Review (número de 18-2-65), um dos mais incompreensivos e ignorantes (ao contrário do de The New York Times), percebeu (e sem ter lido bem o romance, pois que fala de adultério…) a que ponto esse incesto, considerado folhetinesco e inverossímil, de Carlos e de Maria Eduarda, é «a brutal metáfora da carne confundida consigo mesma», que viria a ser – ele não o diz – um dos leitmotiv de Thomas Mann. E poderia ter dito que é também a chave de toda a post-naturalista ocidental, na medida em que retrata um mundo que não sabe sair de si mesmo. Esse crítico, porém, não sabia – como ninguém sabe – que esse acidente inverossímil para que toda a construção de Os Maias converge, Eça não o inventou. Ele apenas elevou a símbolo um facto inerente à história íntima dos seus protótipos, e cuja memoria é o que provavelmente pesa como uma maldição sobre a demasiado familiar Tragédia da Rua das Flores.
Até nisto a vida deu a Eça de Queiroz – como só dá aos grandes – com que compreendê-la nos seus arcanos mais terríficos e arquetípicos. E que isto é a verdade está em que um crítico desatento, mas desprevenido, lendo, e mal, uma dickensiana tradução de Os Maias, pode sentir que estava perante uma das obras magnas do século XIX.
Os Maias são-no, de facto. Mas, na literatura de língua portuguesa, são a única obra de arte que, pela grandeza da concepção e pelo primor da criação, pode aspirar ao status de Os Lusíadas. Que isto não assarapante ninguém, até porque na epopeia de Camões também há incestos, ou quase (e muito piores). Já um crítico uma vez disse que, se Homero tivesse vivido no século XIX, teria escrito a Madame Bovary. Nesta ordem de ideias, no Portugal da segunda metade desse século, teria sem dúvida escrito Os Maias. Da obra- prima de George Eliot, Middlemarch, afirmou David Cecil que havia sido o que, na Inglaterra do tempo se pudera arranjar de Guerra e Paz. Reflictamos que o romance de Eça é muito superior a um livro tão excepcional como aquela obra da autora de O Moinho à Beira do Rio e registemos a circunstância de que o Portugal de Eça não foi, no mundo, tão importante como a Inglaterra da rainha Vitória, embora nenhum dos vitorianos tenha tido do mundo uma visão tão vasta e tão pouco provinciana como o Eça teve.
Madison, Wisconsin, USA, 13 de Janeiro de 1966. 168
Este texto “foi primeiro publicado no Diário de Notícias, de 13-1-66 e depois no suplemento literário de O Estado de São Paulo, de 19-3-66. Foi objecto de controvérsia que pode ser encontrada no Diário de Notícias de 17-3-66 e 28-7-66″. In: Estudos de Literatura Portuguesa I, Lisboa, Ed. 70, 2 ed., 2001, p. 161-168